Chuvas prejudicaram safra de café no Paraná
A qualidade do café também foi afetada
Por: AGROLINK -Aline Merladete
Publicado em 01/12/2022 às 16:02h.
Com a colheita do café encerrada em outubro, o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, calcula que os produtores retirarão aproximadamente 498 mil sacas na safra 2022. O volume é 40,7% inferior às 841 mil sacas colhidas no ano passado.
O economista Paulo Sergio Franzini, analista de café no Deral, diz que os números finais apenas confirmam a expectativa que já vinha se formando durante o desenvolvimento da cultura. A área cafeeira também registrou perda de 17,3%, enquanto a produtividade média reduziu em 28,4%. “Os principais fatores que levaram a essa redução são as questões climáticas, começando com as geadas no inverno de 2021 e, depois, a falta de chuvas e temperaturas muito altas na fase do ciclo reprodutivo da safra 2022”, discorreu Franzini. A expectativa no início da safra era de que se pudesse chegar a 580 mil sacas.
Ainda de acordo com os dados divulgados pelo Deral, a qualidade do café também decaiu. “A formação de grãos menores não é necessariamente sinônimo de qualidade menor, mas neste ano tivemos grãos mal granados, perdeu um pouco o aspecto sensorial da qualidade, a doçura”, ponderou Franzini. “Não é tão significativo, mas em 2021 tivemos percentual de bebidas melhores, de qualidade bem superior à deste ano.”
A mesma situação atingiu os cafés especiais, dos quais o Paraná tem se revelado bom produtor. De acordo com o especialista do Deral, a média crescente era de 15% da produção classificada como especial. “Acreditamos que na safra 2022 esse percentual fique no máximo em 10%”, disse.