China anuncia medidas econômicas e prêmios da soja em queda
AGROLINK - Aline Merladete
Publicado em 30/01/2024 às 10:09h.
Nos últimos dias, a China divulgou medidas econômicas destinadas a impulsionar sua economia, em meio a preocupações contínuas sobre sua desaceleração econômica. Essas iniciativas, incluindo a compra de ações de empresas chinesas por meio de empresas offshore e a redução do depósito compulsório dos bancos em 0,5%, estão projetadas para injetar dinheiro na economia, visando estimular a demanda interna por produtos alimentícios e bens de consumo. Especialistas estimam que o movimento pode transferir cerca de US$250 bilhões para circulação na economia chinesa.
De acordo com a análise da Grão Direto, o setor da soja enfrenta desafios contínuos, especialmente com a demanda chinesa em declínio devido às margens negativas dos suinocultores. Com a entrada de fevereiro, o panorama é ainda mais desafiador, pois a demanda chinesa para os próximos meses já está substancialmente coberta. Isso tem levado a uma queda contínua nos prêmios da soja, enquanto as exportações permanecem como um pilar crucial para sustentar os preços no Brasil.
Em relação à safra de soja 2023/24, áreas afetadas pela falta de chuvas no último ano estão passando por processos de replantio em estados como Tocantins, Goiás, norte de Minas Gerais e Mato Grosso. No entanto, a incerteza persiste quanto ao verdadeiro impacto dessas medidas na produção brasileira.
Além disso, esta semana marca a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2024 para decidir sobre a taxa Selic. Com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) abaixo das expectativas, há especulações sobre possíveis cortes na taxa Selic, especialmente após a forte valorização do real em relação ao dólar na semana passada. A expectativa também gira em torno da decisão da taxa de juros nos Estados Unidos, que poderá influenciar a movimentação da moeda brasileira.