RS: safra de milho já tem 25% de perda com a estiagem

Lavouras já sentem os efeitos da estiagem desde outubro passado

Por: FOLHA DO MATE
Publicado em 12/01/2023 às 10:09h.

As chuvas escassas e mal distribuídas nas últimas semanas, além de uma forte estiagem no mês de outubro, já impactam na safra total de milho em Venâncio Aires. Segundo a Emater, as lavouras semeadas em julho e que estão entrando na fase de florescimento e deposição de grãos, são as que mais sentiram os períodos de seca. “As chuvas foram mal distribuídas e são diferentes estágios. Hoje tem 25% germinando, 20% em desenvolvimento vegetativo, 30% em deposição de grãos, 14% em maturação (que é o que teve maior perda) e 11% por ser plantada. Somando todas as perdas, já estaria em 25%”, relata o chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin.

Esse percentual, em volume, representa mais de 17 mil toneladas, considerando que Venâncio produz cerca de 6,75 toneladas por hectare e deve cultivar 10,5 mil hectares entre safra e safrinha. Para Vicente Fin, o comportamento do clima nas próximas semanas determinará o desenvolvimento do grão. “O problema maior é o que está entrando na fase de florescimento e começa a faltar água de novo, então tudo depende dos próximos dias. Daqui para frente tem boa quantidade entrando na fase de florescimento e deposição de grãos, então precisa de chuva.”

Em Linha Rincão de Souza, no distrito de Vila Estância Nova, Roger da Silveira Moura contabiliza as perdas e o prejuízo dele já é muito superior à média estimada até agora – alcança 80% nos dois hectares plantados na safra. “Milho tem apenas onde a água parava, na beirada da roça. Mesmo onde tem espiga, boa parte não se formou direito. Às vezes tem espiga grande, mas tu abre e não tem grão”, relata.

Ainda conforme Moura, como as últimas três safras também foram de estiagem, ele já cogitou alternativas. “Todo ano tem tido perda considerável. Já pensamos em plantar em áreas mais baixas, para tentar driblar o tempo, mas sem êxito. Na mesma lavoura, tem milho em ponto de colheita e outra parte que nem espiga ‘colocou’. Sendo bem honesto, é caótica a situação”, lamenta o agricultor, que, na safrinha (resteva do tabaco) deve plantar mais 12 hectares de milho.

Além da seca, o granizo

Se o milho já vinha sofrendo com os períodos de seca entre outubro e novembro, mais um agravante foi registrado em dezembro: o temporal dos dias 2 e 4, que causou enxurradas e queda de granizo, especialmente em algumas localidades, como em Linha Herval. Lá que mora a família Hein, que plantou 10,5 hectares de milho no mês de agosto.

“Nós já tivemos perdas pela estiagem e ainda teve aquele temporal, com 120 milímetros de chuva em meia hora, com granizo. A chuva foi tão rápida que a terra nem conseguiu absorver e a pedra praticamente decepou as folhas e danificou bastante um lado da espiga”, conta Gustavo Hein.

A estimativa dele era chegar a 160 sacos de milho nesta safra, mas não sabe se vai colher 110. “Já tem uma perda certa de 30% e assim tem muitas lavouras ao redor que estão bem judiadas.”

Seguro

• Conforme a Emater, desde dezembro vários agricultores procuraram o escritório local para informações referentes ao seguro. Nesse caso, são produtores que financiaram, via Pronaf, as lavouras de milho. Até agora foram seis acionamentos: três devido ao granizo e três pela estiagem.

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