Por que os preços do milho estão mais baixos no mundo?
Por: AGROLINK - Leonardo Gottems
Publicado em 28/08/2023 às 09:55h.
De acordo com a TF Agroeconômica, os preços do milho no mundo estão baixos e isso tem a ver com as exportações do Brasil. “Simplesmente porque, segundo as previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil ainda tem que exportar quase 31 milhões de toneladas entre outubro e janeiro e os EUA outras 50 milhões de toneladas de fevereiro em diante”, comenta.
“É muito milho disponível, que faz com que os compradores internacionais fiquem relaxados e só comprem da mão para a boa, sem nenhuma pressão da demanda. Outra conclusão é que esta grande disponibilidade cobre as faltas eventuais da Ucrânia e da Argentina, que o mercado já precificou”, completa.
No Brasil, a lentidão do escoamento do milho pressiona os preços. “Embora haja uma previsão de embarques de 10,25 MT de milho em agosto, recorde absoluto não só para o mês, mas para todos os meses, as grandes dificuldades de escoamento de 50 milhões de toneladas em apenas 5 meses a distâncias de mais de 2.000 km em direção aos portos, os graves problemas de armazenagem, tanto na origem, como nos portos, as dificuldades de carregamento dos navios, que estão pagando demurrage para buscar milho no Brasil, torna todo o processo muito lento e as indústrias consumidoras locais se aproveitam disso para manter seus preços achatados”, indica.
“Para se ter uma ideia, a cotação de setembro da B3, nesta sexta-feira, fechou a R$ 54,19/saca, cerca de 37,38% a menos do que a cotação de R$ 86,54/saca, do dia 26/8/2022”, conclui a consultoria agroeconômica, em seu parecer sobre o mercado na semana passada.